domingo, 30 de agosto de 2009

oração



Oração a si mesmo...


Que eu me permita olhar, escutar e sonhar mais. Falar menos. Chorar menos. Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me têm e não a inveja que penso que têm. Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar. Saber realizar os sonhos que nascem em mim e por mim e comigo morrem por eu não os conhecer. Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis; Aqueles que morrem e ressuscitam: A cada novo fruto, A cada nova flor, A cada novo calor, A cada nova geada, A cada novo dia. Que eu possa sonhar o ar, Sonhar o mar, Sonhar o amar, Sonhar o amalgamar. Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque, pelo sentir, pelo compreender, pelo segredo das coisas mais raras, pela oração mental (aquela que a alma cria e que só ela, ouve e só ela, responde). Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos fazendo-me parte suprema da natureza, criando-me e recriando-me a cada instante. Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamentos. Que meu choro não seja em vão, que em vão não sejam minhas dúvidas. Que eu saiba perder meus caminhos, mas saiba recuperar meus destinos com dignidade. Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo: que eu não tenha medo de meus medos. Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis e desperte com o coração cheio de esperanças. Que eu faça de mim uma mulher serena dentro de minha própria turbulência, sábia dentro de meus limites pequenos e inexatos, humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas (que eu me mostre o quanto são pequenas minhas grandezas e o quanto é valiosa minha pequenez). Que eu me permita ser mãe, ser pai, e, se for preciso, ser órfão. Permita-me ensinar o pouco que sei e aprender o muito que não sei, traduzir o que os mestres ensinaram e compreender a alegria com que os simples traduzem suas experiências; respeitar incondicionalmente o ser; o ser por si só, por mais nada que possa ter além de sua essência, auxiliar a solidão de quem chegou, render-me ao motivo de quem partiu e aceitar a saudade de quem ficou. Que eu possa amar e ser amado. Que eu possa amar mesmo sem ser amado, fazer gentilezas quando recebo carinhos; fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas. E... que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só.


Texto de Oswaldo Antônio Begiato



TE AMO FILHA!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Eu queria ser...
VIDA,
para fazer nascer
os que estão morrendo...
SOL,
para fazer brilhar
os que não possuem lua...
LUZ,
para iluminar
os que vivem na escuridão...
CHUVA,
para correr toda a terra e molhar
os campos secos...
LÁGRIMA,
para fazer chorar
os corações insensíveis...
VOZ,
para fazer falar
os que sempre se ocultaram...
CANTO,
para alegrar
os que vivem na tristeza...
LUAR,
para brilhar na noite
dos amores incompreendidos...

SILÊNCIO,
para fazer calar
as vozes que atordoam
o coração do homem...
GRITO,
para gritar
a dor dos que sofrem no silêncio...
SORRISO,
para encantar
os lábios dos amargurados...
AMOR,
para unir as pessoas
e lhes dizer que sou apenas uma delas...

AMO-TE

sábado, 15 de agosto de 2009

Mulher


Hoje eu quero te agradecer, Senhor

Porque me fizeste, suave e feminina

Sou delicada e frágil como a flor

E quando quero volto a ser menina.

Porque apesar desta aparente fragilidade

Posso ser forte, se forte se fizer preciso

Choro de tristeza ou de felicidade

Lágrimas que não escondem o meu sorriso

Agradeço pelo milagre da gestação

Pelo peito que dorme, desperta e alimenta

Pela voz tão doce que se faz canção

Embala o bercinho e aos anjos acalenta.

Pela mão carinhosa que seu filho abençoa

Por sua paz, que na guerra inspira calma

Pelo coração sensível que ama e perdoa

Porque sou mulher, no físico e na alma.

Pela mulher executiva, culta e elegante

Ou a que lava no tanque sem igual instrução

A que caminha no campo ou na cidade grande

Na passarela das estrelas, ou de pés no chão.

Às vezes submissas, às vezes tão altiva!

Dignidade como as flores, no coração cultiva

Feita com carinho, pelo autor da criação

E toda graça de ser mulher, toda virtude

Me seriam inútil, se tornariam coisa vã

Se eu não vivesse com toda plenitude

Sendo além de mulher, pois sou mulher Cristã ...


Te amo Filha!!

sábado, 8 de agosto de 2009

Poesia -Pablo Neruda



É proibido chorar sem aprender,

Levantar-se um dia sem saber o que fazer

Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas

Não lutar pelo que se quer,

Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.


É proibido não demonstrar amor

Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.

É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos

Chamá-los somente quando necessita deles.


É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,

Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,

Esquecer aqueles que gostam de você.


É proibido não fazer as coisas por si mesmo,

Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,

Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.


É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso,

só porque seus caminhos se desencontraram,

Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.


É proibido não tentar compreender as pessoas,

Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.


É proibido não criar sua história,

Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,

Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.


É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,

Não pensar que podemos ser melhores,

Não sentir que sem você este mundo não seria igual


Pablo Neruda


Filha acho esta poesia linda !

Te Amo